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Você decide…

Imagine a situação. O Flamengo está empatando com o Grêmio por 2×2, último minuto dos acréscimos.

O juiz já olhou para o cronômetro. Gerson, na entrada da área, domina a bola, mas tenta um drible, é desarmado pelo Ferreira, que escapa da falta e invade a área do Fla.

O último jogador é o Varela. Você, no lugar dele:

A) Finge um escorregão e cai no gramado

B) Vai pra partir Ferreirinha ao meio

C) Corre prá não chegar

Sempre pode piorar

Na falta de coisa melhor para fazer, Gerson e Varela trocaram socos durante o treino do Flamengo. Não, você não leu errado.

Treinos são ambientes disputados, pois vagas no time titular são conquistadas – ou perdidas – ali. Gritos, palavrões e até empurrões não são eventos raros.

Mas agressões físicas entre jogadores é algo raro. E quando acontece, de consequências desastrosas.

Após 16 dias, o técnico Sampaoli havia procurado o atacante Pedro para “apurar as arestas”. Mas pera lá… Esperou mais de duas semanas para isso?

Para piorar, amanhã o Flamengo joga contra o Grêmio, no Maracanã, decidindo a vaga para a final da Copa do Brasil. Os dois gols de vantagem, conseguidos após a vitória no jogo de ida, ficam em risco.

No pior dos cenários, uma derrota amanhã e a consequente eliminação pode provocar demissão de técnico e conhecida caça as bruxas no clube.

Amanhã, é vencer ou vencer.

Relações perigosas

Duas matérias me chamaram a atenção nos últimos dias.
Uma delas, publicada semana passada no jornal Valor, falava sobre um grupo de empresários cariocas que se uniram para formar uma chapa e concorrer à presidência do Flamengo.
Segundo eles, a idéia é “profissionalizar a gestão, aproveitar as idéias de sucesso em clubes do exterior, etc, etc”.
A outra foi publicada hoje, no mesmo jornal.
O Grêmio, de Porto Alegre-RS, está finalizando a montagem de um fundo, que vai trabalhar com as cotas de televisão e rentabilizar em cima disso.
Em ambos os casos, é plenamente louvável e digno de aplausos tais iniciativas.
Mas não são os primeiros e certamente não serão os últimos com esse tipo de visão.
Longe de mim fazer o papel de derrotista, mas quando o futebol é envolvido a coisa muda de figura.
O futebol envolve paixão e tudo o que envolve paisão é um barril de pólvora.
Quem conhece o mínimo de administração e já se deu ao trabalho de estudar o modelo de negócios dos clubes de futebol – ao menos os brasileiros – chega à conclusão que é igual a submarino: pode até boiar, mas foi feito para afundar.
Dívidas absurdas, passivos trabalhistas colossais, contratos que contrariam qualquer lógica, multas, prejuízos irrecuperáveis, coisa de louco.
Só gostando muito – e tendo muito dinheiro – para se meter nessas aventuras.
Dois exemplos de como o mundo dos negócios fala uma língua e a paixão do futebol fala outra:
Caso o Santos tivesse sob a gestão de tais “especialistas de mercado”, Neymar teria sido vendido na primeira boa proposta do exterior. A torcida? Dane-se a torcida.
Segundo exemplo, esse mais recente: imagine a torcida do Palmeiras, doida para beber o sangue dos gestores que estivessem envolvidos na montagem de um time que ruma para a série B.
Em ambos os casos, a paixão cobraria um preço muito alto.
Torço para me provarem o contrário…